Texto I:

DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Fonte: BANDEIRA, Manuel. In. Vários autores. Discurso de um sonho e outros poemas. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p.41.

No verso “Não tens motivo nenhum de pranto.”, o eu-lírico deixa implícito o sujeito do verbo “tens”, o que configura um caso de:
A) zeugma
B) elipse
C) silepse
D) pleonasmo.

Respuesta :

Answer:

B) elipse

Explanation:

A elipse é uma figura de linguagem que permita que um termo gramatical que não esta escrito no texto, seja percebido de forma subtendida através da conjugação do verbo ao qual este termo esta relacionado.

No caso, do poema mostrado na pergunta acima, o verbo "tens" indica que o sujeito "tu" esta incluído na frase de forma subtendida, mas totalmente compreensível. Sendo assim, um forte exemplo do uso da Elipse.